terça-feira, 2 de novembro de 2010

Entre a mesa e as migalhas

Pode até não parecer, mas a sentença acima se trata da dúvida entre duas alternativas: que tipo de mulher eu sou? A que se assenta na mesa? Ou a que busca somente as migalhas? Temos um Deus de abundância espiritual e não percebemos, porque não olhamos para o alto. Deus nos quer na mesa e não catando migalhas...
Bom... Já que comecei a história do fim... Deixe-me recomeçar... Aliás, recomeçar é sempre bom! Certa vez andando pela terra Jesus encontrou-se com uma mulher que sabia quem ela era, e não estou falando de RG, CPF, endereço... Estou falando de saber quem somos em Cristo, na verdade até sabia quem ela não era também... O que é um avanço incrível, calma... Não estou te fazendo raiva... Deixe-me contar: “Ora, partindo Jesus dali, retirou-se para as regiões de Tiro e Sidom. E eis que uma mulher Cananéia, provinda daquelas cercanias, clamava, dizendo: Senhor, Filho de Davi, tem compaixão de mim, que minha filha está horrivelmente endemoninhada. Contudo ele não lhe respondeu palavra. Chegando-se, pois, a ele os seus discípulos, rogavam-lhe, dizendo: Despede-a, porque vem clamando atrás de nós. Respondeu-lhes ele: Não fui enviado senão às ovelhas perdidas da casa de Israel. Então veio ela e, adorando-o, disse: Senhor, socorre-me. Ele, porém, respondeu: Não é bom tomar o pão dos filhos e lançá-lo aos cachorrinhos.Ao que ela disse: Sim, Senhor, mas até os cachorrinhos comem das migalhas que caem da mesa dos seus donos.Então respondeu Jesus, e disse-lhe: ó mulher, grande é a tua fé! seja-te feito como queres. E desde aquela hora sua filha ficou sã.” (Mt 15:21-28)
Ela tinha uma súplica, e não foi prontamente atendida por Jesus... (v. 22, 25 e 27) ao contrário do que nós mulheres pensamos, nem sempre podemos ser atendidas de imediato, às vezes precisamos clamar mais uma vez e mais outra e mais outra... A mulher Cananéia clamou três desesperadoras vezes, mas o fato de Jesus não responder não quer dizer que ele não ouviu. Uma mulher que não tinha nome. Mas isso demonstra que era marcante sua origem, o lugar de onde veio era mais importante do que seu nome, ela sabia para quem Jesus tinha vindo e não era para ela, era para um povo que não era o dela. Ainda sabia que não era à toa que multidões o seguiam, não era à toa que sua presença era tão divina, havia nele algo tão celestial e um amor tão grande exalava de suas palavras que a fé que nasceu no coração dela fez com que ela acreditasse que em nome desse amor Ele inclinaria seus ouvidos ao seu clamor de mãe. Jesus parecia não se importar. Qual é o nosso clamor? O que tem feito com que todos pensem e digam que estamos importunando, ou gritando(v.23)? Realmente só você e o pai saberão...
Quem somos em Cristo? Somos da casa ou somos Cananéia? Somos a Cananéia que perseverou... Somos a geração que busca, somos aquelas que não eram dignas, somos estrangeiras em terra estranha, você e eu somos a Cananéia que clamava, que perseverava... Não somos as mulheres da casa de Israel que rejeitaram o mestre. Não podemos nos envergonhar de dizer: “Socorre-me” por mais uma vez... A fé vem pelo ouvir, o que você tem ouvido hoje mulher? Ouça a voz de Deus, pois é ela quem te diz: “Diga o fraco sou forte, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza”. A fraqueza dela era não ter nascido na casa de Israel, mas isso fez com que ela ADORASSE e dissesse socorre-me.
Dessa forma, “pronuncie” com sua vida e declare oralmente aquilo que você crê. Tudo que você espera só será real se for fruto de uma fé perseverante. Jesus tinha uma dura resposta para aquela mulher, mas a fé dela foi surpreendente. Deus não resiste mesmo a um coração quebrantado, Ele não despreza a um coração contrito. A mulher sábia edifica seu lar. E o lar dela foi edificado naquele dia.
Uma das mais belas imagens da bíblia encontra-se no livro de Salmos: “Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos; unges com óleo a minha cabeça, o meu cálice transborda.” (Salmo 23:5) Quando disse que ela sabia quem era e quem ela não era, lembra? Pois é, ta aí!!! Ela sabia que a mesa de Deus ainda não era para ela, mas sabia que seria alvo da misericórdia de Jesus. Ela escolheu sentar-se à mesa, embora não pudesse, pediu as migalhas e Jesus deu o pão!!!
E por fim, a pergunta que não quer calar: porque Jesus demorou tanto para respondê-la? Ele já sabia o quanto ela tinha fé... Não da pra entender realmente. Se você não sabe por que Deus não te respondeu, saiba que você não precisa saber, precisa apenas confiar.  
Por Juliana Sanches

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