sábado, 18 de dezembro de 2010

Coisas do coração

Muitas coisas acontecem em nossas vidas, algumas delas não damos importância por serem corriqueiras, outras damos uma elevada atenção, por serem extraordinárias, outras não sabemos que atitude tomar. Estas últimas, muitas vezes, ignoramos se são para bem ou para mal, com isso temos a atitude errônea de ignorar ou de exagerarmos em nossas atitudes a ponto de por muitas coisas a perder. O fato é que tudo isso afeta nossos sentimentos e emoções podendo influenciar nossas atitudes e decisões. O que fazer com nossa vida? Com seu coração?
Uma ótima atitude seria observar o exemplo de Maria: “julgando, porém, que estivesse entre os companheiros de viagem, andaram caminho de um dia, e o procuravam entre os parentes e conhecidos; e não o achando, voltaram a Jerusalém em busca dele. E aconteceu que, passados três dias, o acharam no templo, sentado no meio dos doutores, ouvindo-os, e interrogando-os. E todos os que o ouviam se admiravam da sua inteligência e das suas respostas. Quando o viram, ficaram maravilhados, e disse-lhe sua mãe: Filho, por que procedeste assim para conosco? Eis que teu pai e eu ansiosos te procurávamos. Respondeu-lhes ele: Por que me procuráveis? Não sabíeis que eu devia estar na casa de meu Pai? Eles, porém, não entenderam as palavras que lhes dissera. Então, descendo com eles, foi para Nazaré, e era-lhes sujeito. E sua mãe guardava todas estas coisas em seu coração. E crescia Jesus em sabedoria, em estatura e em graça diante de Deus e dos homens”. Lucas 2:44-52
Ela aprendeu a observar e guardar em seu coração. É um gesto tão simples, mas não sem importância... Muitas vezes não discernimos a importância deste gesto em nossas vidas.
Jesus havia se perdido de Maria e José, eles eram conscientes de que Jesus era o filho de Deus e veio para uma missão muito importante: ser o messias prometido. Olhar um filho tão maravilhoso e saber que muito maior é a missão dele na terra do que as preocupações de um coração materno e suas inquietações, não é tarefa simplória. Nosso coração é muito ansioso e inquieto para simplesmente guardarmos as coisas dentro dele, para que um dia a plena revelação e conhecimentos divinos nos sejam revelados, pela palavra de Deus ou pelo amadurecimento espiritual acompanhado de um toque do Espírito Santo. É Ele quem nos consola e nos ensina acerca da verdade, dos propósitos de Deus... Maria tinha a certeza de quem era seu Filho, o Salvador. Mas ela guardou muitas coisas em seu coração, coisas que o feriram, e é claro, coisas que o alegraram.
Fico imaginando o pobre coração das mães de hoje: divididos entre tantas coisas, aflitos por tantas confusões. Quando se é a mãe do herói deve se sentir um misto de medo e orgulho... Já pensou no coração das mães dos policiais do Bope, diante dos últimos acontecimentos? Não seria possível que eu mensure somente que imagine... Assim como Jesus disse estar cuidando dos negócios do Pai, os filhos dizem estar cuidando de um povo que pede socorro...
Lugar comum é dizer que as mães se preocupam com seus filhos e por eles renunciariam a última gota de seu sangue, de suas lágrimas e de sua paciência... Tanto isso é verdade, que o Senhor comparou o seu infinito amor à improvável, mas possível finitude do amor materno, colocando o amor divino como superior ao das mães. O fato é que este sentimento tão forte foi usado como referência de algo tão maravilhoso e inexplicável quanto o amor divino. Mas e o coração da mãe que teve o filho usurpado de si pelo crime, pela marginalidade?
Nestes últimos dias, dias trabalhosos, dias de guerra, literalmente, também tenho pensado nelas. Não para condená-las, mas para tentar entendê-las. Às vezes, temos conhecimento de mães que introduzem seus filhos à criminalidade, negligenciando a necessidade de ensinar-lhes o caminho que deveriam andar... Contudo, tenho observado mães diferentes, que muito comovidas, pedem para que seus filhos abaixem as armas e se entreguem, que preferem vê-los detidos à mortos. Muitas relatam que eles enveredaram por caminhos que aos próprios olhos pareciam bons, mas seu fim eram caminhos de morte. Outras dizem que foram corrompidos por más conversações que corromperam os bons costumes. Nesta hora, vemos que a dor delas também era muito profunda, misturada ao remorso e ao opróbrio... Uma mistura de medo e de esperança.
Guarde as coisas em seu coração, confie que as portas irão se abrir. Persevere! A vontade de Deus te consolará, pois nem uma folha se desprende de uma árvore sem que ele permita... Seus cabelos já estão contados... O Pai sabe dar boas dádivas àqueles que o pedem, se você não entender as respostas de Deus para sua vida nestes últimos dias, saiba que você poderá guardar em seu coração até que ele te responda. Uma vez que a palavra diz que ao que pede recebe e ao que busca encontra e ao que bate se abre, não há motivos para dúvidas. Não deixe seu coração turbado se a sua resposta for negativa... Ele cuida de você, ele cuida dos seus, e ainda que aconteça o pior, não blasfeme. Muitos males ocorrem por intervenção e escolhas humanas. Ele já preparou para cada tentação um escape... Se sua tentação para os dias de hoje for uma blasfêmia, lembre-se das palavras de Jó ainda q voltemos nus como nascemos, tudo que temos pertence a Deus. Inclusive o que guardamos em nosso coração. Inclusive nossos sentimentos. Se seu coração está nas mãos de Deus, espere e guarde tudo nele, pois as mãos do Pai são seguras o suficiente para guardar. Suas dúvidas e sentimentos passarão a ser dele, quando você permitir. Entregue seu coração para Deus.
Por Juliana Sanches

domingo, 28 de novembro de 2010

A mulher que compartilhou o que não tinha

Ainda é comum conhecemos pessoas que compartilham seus bens por amor ao próximo, mesmo na sociedade egocêntrica em que vivemos. Na verdade, pessoas com essa natureza liberal são difíceis de encontrar. Mas ainda encontramos luz em meio às trevas.  Mais difícil de encontrar é alguém disposto a compartilhar o que não tem. Isso mesmo!Adivinha onde? Na Bíblia, aliás, ultimamente, só encontro nela coisas que acho difícil encontrar em outros livros: paz, perdão, salvação... Mulheres incomuns, como eu e você!!Tenho algo mui excelente para compartilhar hoje: a provisão divina... “ Veio-lhe então a palavra do Senhor, dizendo: Levanta-te, vai para Sarepta, que pertence a Sidom, e habita ali; eis que eu ordenei a uma mulher viúva ali que te sustente. Levantou-se, pois, e foi para Sarepta. Chegando ele à porta da cidade, eis que estava ali uma mulher viúva apanhando lenha; ele a chamou e lhe disse: Traze-me, peço-te, num vaso um pouco d'água, para eu beber. Quando ela ia buscá-la, ele a chamou e lhe disse: Traze-me também um bocado de pão contigo. Ela, porém, respondeu: Vive o Senhor teu Deus, que não tenho nem um bolo, senão somente um punhado de farinha na vasilha, e um pouco de azeite na botija; e eis que estou apanhando uns dois gravetos, para ir prepará-lo para mim e para meu filho, a fim de que o comamos, e morramos. Ao que lhe disse Elias: Não temas; vai, faze como disseste; porém, faze disso primeiro para mim um bolo pequeno, e traze-mo aqui; depois o farás para ti e para teu filho. Pois assim diz o Senhor Deus de Israel: A farinha da vasilha não se acabará, e o azeite da botija não faltará, até o dia em que o Senhor dê chuva sobre a terra. Ela foi e fez conforme a palavra de Elias; e assim comeram, ele, e ela e a sua casa, durante muitos dias. Da vasilha a farinha não se acabou, e da botija o azeite não faltou, conforme a palavra do Senhor, que ele falara por intermédio de Elias.”
É isso mesmo que lemos. Deus mandou Elias pedir a quem não tinha nada. A palavra de Deus foi muito clara, Elias sabia que não encontraria tudo pronto, mas encontraria alguém com fé suficiente para sustentá-lo (v.9). É preciso lembrar que as viúvas hebréias eram quase sempre mulheres necessitadas e desamparadas. Como uma viúva sustentaria alguém faminto. Deus precisa muitas vezes agir dentro de situações incomuns para que conheçamos que não foi uma coincidência qualquer... Não foi o acaso que produziu a fé e a obediência de ambos. O Senhor já havia ordenado. Elias sabia, a viúva de Serepta não. Hoje, o Senhor tem ordenanças sobre nós, até que ponto sabemos? Até que ponto obedecemos? Elias creu e foi...
Ao chegar, Elias pode perceber que a viúva não tinha sequer lenha para cozinhar... Parece ridículo, mas somente uma mulher sabe o que é não poder comprar um botijão de gás para preparar a refeição de um filho faminto... Criança não fica quietinha quando tem fome... Ela chora. A fome é a dor da alma que dói no corpo e na mente... Por isso ela jurou que como o Senhor vive ela só tinha um punhado de farinha e cavacos que são restos de lenha que voam quando é rachada em partes menores para servir de combustível para fornos e fogões. Só um parêntese... Lembram do ditado? Cavaco não voa longe do pau? Era com isso que ela prepararia sua ultima refeição para depois morrer, com os restos. Poderiam ser os restos de outras pessoas, poderiam ser os restos de tempos de prosperidade. Talvez você esteja pensando “que ridículo, um ensaio sobre fogões de lenha”.

Não estou propondo isso... Proponho outras divagações... Ela perfeitamente podia se negar, mas ela creu e obedeceu a palavra de conforto de Elias. Ela podia pensar: “Que ótimo! Mais um faminto como eu e meu filho!” Não! Ela ouviu e a fé vem pelo ouvir e ouvir a palavra de Deus (Romanos 10:17)! A palavra que precisamos ouvir é esta: Não temas!(v.13) Não ouça as pessoas que te magoam, não escute palavras que te fazem temer! Mas ouça somente palavras que te libertem, dos seus medos, das suas inseguranças e ainda, das suas condições que podem te impedir de ter fé. Porque depois que conhecemos a verdade ela nos liberta (João 8:32).  A promessa era de que nada faltaria até que a chuva viesse sobre a terra! E não foi diferente! Não tenha medo, se Senhor disser algo, faça  o que ele te pedir até que a chuva de Deus venha sobre a sua vida.
O Senhor naquele dia providenciou muito mais do que o pão que alimenta e que tornarmos a ter fome. Ele providenciou para a viúva o alimento físico e espiritual, ela pode exercitar a fé e a confiança. Observe que quem comeu primeiro foi Elias. Este  pode aprender nem sempre as coisas estarão prontas para ele, quando estava na caverna o corvo o levou alimento até ele, agora ele teria de buscar seu alimento, influenciar pessoas para o bem e crer que lá onde Deus ordenou encontraria uma pessoa tão incomum que seria capaz e compartilhar o que não tinha.
Quantas mulheres sofrem hoje por compartilharem o que não tem? Afeto, compreensão e paciência, muita paciência. A paciência, que às vezes não temos, é aquela que Deus acrescentou a sua botija até que haja uma chuva sobre sua vida, um transbordamento sobre seu coração. Muitas vezes em prol de suas famílias, dividem o tempo que não tem com suas casas e empregos. Com seus filhos e a igreja. Elas são compreendidas? Não, mas elas ouvem o “Não temas”! Esse trabalho todo não será vão no Senhor(1 Coríntios 15:58)! Mas é difícil compartilhar o que não temos, às vezes nossos olhos choram para ver quem amamos sorrir... Nossa reserva é esvaziada ao limite enquanto aguardamos a chuva. Só que temos certeza de que ela virá. “Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que não se vêem.” (Hebreus 11:1) A sua fé é capaz de fundamentar o que ainda não existe. A sua fé prova a existência das coisas que ainda não são. Pense nisso, pense nas coisas que você não tem. Inclusive na falta de reconhecimento das pessoas que ama. 
Por Juliana Sanches

sábado, 20 de novembro de 2010

Ainda sobre a Mulher Cananéia...

Estive com um livro bem interessante em mãos... "Aprendendo com uma mulher extraordinária" do Pr. Silas Malafaia.
O livro trata exatamente da Mulher Canaéia, assunto que refletimos a pouco...uma leitura leve e bem estruturada. Não trata de assuntos essencialmente femininos como me sugentionou o título, mas de assuntos que com certeza são muito pertinetes a nossa caminhada cristã.

Por Juliana Sanches

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Entre a mesa e as migalhas

Pode até não parecer, mas a sentença acima se trata da dúvida entre duas alternativas: que tipo de mulher eu sou? A que se assenta na mesa? Ou a que busca somente as migalhas? Temos um Deus de abundância espiritual e não percebemos, porque não olhamos para o alto. Deus nos quer na mesa e não catando migalhas...
Bom... Já que comecei a história do fim... Deixe-me recomeçar... Aliás, recomeçar é sempre bom! Certa vez andando pela terra Jesus encontrou-se com uma mulher que sabia quem ela era, e não estou falando de RG, CPF, endereço... Estou falando de saber quem somos em Cristo, na verdade até sabia quem ela não era também... O que é um avanço incrível, calma... Não estou te fazendo raiva... Deixe-me contar: “Ora, partindo Jesus dali, retirou-se para as regiões de Tiro e Sidom. E eis que uma mulher Cananéia, provinda daquelas cercanias, clamava, dizendo: Senhor, Filho de Davi, tem compaixão de mim, que minha filha está horrivelmente endemoninhada. Contudo ele não lhe respondeu palavra. Chegando-se, pois, a ele os seus discípulos, rogavam-lhe, dizendo: Despede-a, porque vem clamando atrás de nós. Respondeu-lhes ele: Não fui enviado senão às ovelhas perdidas da casa de Israel. Então veio ela e, adorando-o, disse: Senhor, socorre-me. Ele, porém, respondeu: Não é bom tomar o pão dos filhos e lançá-lo aos cachorrinhos.Ao que ela disse: Sim, Senhor, mas até os cachorrinhos comem das migalhas que caem da mesa dos seus donos.Então respondeu Jesus, e disse-lhe: ó mulher, grande é a tua fé! seja-te feito como queres. E desde aquela hora sua filha ficou sã.” (Mt 15:21-28)
Ela tinha uma súplica, e não foi prontamente atendida por Jesus... (v. 22, 25 e 27) ao contrário do que nós mulheres pensamos, nem sempre podemos ser atendidas de imediato, às vezes precisamos clamar mais uma vez e mais outra e mais outra... A mulher Cananéia clamou três desesperadoras vezes, mas o fato de Jesus não responder não quer dizer que ele não ouviu. Uma mulher que não tinha nome. Mas isso demonstra que era marcante sua origem, o lugar de onde veio era mais importante do que seu nome, ela sabia para quem Jesus tinha vindo e não era para ela, era para um povo que não era o dela. Ainda sabia que não era à toa que multidões o seguiam, não era à toa que sua presença era tão divina, havia nele algo tão celestial e um amor tão grande exalava de suas palavras que a fé que nasceu no coração dela fez com que ela acreditasse que em nome desse amor Ele inclinaria seus ouvidos ao seu clamor de mãe. Jesus parecia não se importar. Qual é o nosso clamor? O que tem feito com que todos pensem e digam que estamos importunando, ou gritando(v.23)? Realmente só você e o pai saberão...
Quem somos em Cristo? Somos da casa ou somos Cananéia? Somos a Cananéia que perseverou... Somos a geração que busca, somos aquelas que não eram dignas, somos estrangeiras em terra estranha, você e eu somos a Cananéia que clamava, que perseverava... Não somos as mulheres da casa de Israel que rejeitaram o mestre. Não podemos nos envergonhar de dizer: “Socorre-me” por mais uma vez... A fé vem pelo ouvir, o que você tem ouvido hoje mulher? Ouça a voz de Deus, pois é ela quem te diz: “Diga o fraco sou forte, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza”. A fraqueza dela era não ter nascido na casa de Israel, mas isso fez com que ela ADORASSE e dissesse socorre-me.
Dessa forma, “pronuncie” com sua vida e declare oralmente aquilo que você crê. Tudo que você espera só será real se for fruto de uma fé perseverante. Jesus tinha uma dura resposta para aquela mulher, mas a fé dela foi surpreendente. Deus não resiste mesmo a um coração quebrantado, Ele não despreza a um coração contrito. A mulher sábia edifica seu lar. E o lar dela foi edificado naquele dia.
Uma das mais belas imagens da bíblia encontra-se no livro de Salmos: “Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos; unges com óleo a minha cabeça, o meu cálice transborda.” (Salmo 23:5) Quando disse que ela sabia quem era e quem ela não era, lembra? Pois é, ta aí!!! Ela sabia que a mesa de Deus ainda não era para ela, mas sabia que seria alvo da misericórdia de Jesus. Ela escolheu sentar-se à mesa, embora não pudesse, pediu as migalhas e Jesus deu o pão!!!
E por fim, a pergunta que não quer calar: porque Jesus demorou tanto para respondê-la? Ele já sabia o quanto ela tinha fé... Não da pra entender realmente. Se você não sabe por que Deus não te respondeu, saiba que você não precisa saber, precisa apenas confiar.  
Por Juliana Sanches

domingo, 8 de agosto de 2010

Pra que, heim?

Sempre quis ter um blog...mas o que escrever? O que compartilhar?
Nunca subi ao Himalaia... nunca ganhei um Nobel...nunca passei fome com Gandhi...nunca vi um E.T. andar de bicicleta (apesar disso ser inusitado, nem acredito que isso exista, com licença, se alguém assim se considera...?)...não compartilho de muitas opiniões obvias e não compartilho também com todas as polêmicas...tenho as minhas...pra que, heim?
"Pra rir teu riso e chorar teu pranto"...como fez o saudoso poeta...pra que, heim?
Vamos ver...quero compartilhar outras coisas talvez relevantes, tavez pertinetes, talvez inúteis, quem lê decida. Aliás, a mesma autonomia que tenho para escrever tem a mesma proporção inversa aquele que lê. Pra que, heim?
Acho que tudo que tenho de mais especial não me possui. Pretendo falar disso: o que de melhor tenho na minha vida me foi dado.
Tesouros em um vaso de barro, simples, rústico, mas não vazio.

Por Juliana Sanches