sábado, 7 de maio de 2011

A reconstrução do colo materno

Ao pararmos e pensarmos longamente sobre o que dar as nossas  mães neste domingo, temos uma só atitude: Consumismo. Sim, o dia das mães, muitas das vezes é somente mais uma data consumista. Mas como reverter esse quadro? Soa como um impropério deixar de presentear neste dia, e nem eu diria tamanha aberração. O que é um “mimo” para quem nos mima?
O problema é que a sociedade consumista tem deixado de amar e deixando de amar tem deixado de respeitar.
Para analisarmos, contemporaneamente, precisamos nos remeter ao texto de Isaías 49:15: “pode uma mulher esquecer-se de seu filho de peito, de maneira que não se compadeça do filho do seu ventre? Mas ainda que esta se esquecesse, eu, todavia, não me esquecerei de ti.” Podemos atualmente fazer duas leituras:
1. O amor de mãe por ser tão intenso sublime e sincero foi colocado como exemplo, a possibilidade remota de uma mãe esquecer-se do filho, demonstra o inigualável amor de Deus por nós e que diante dessa impossibilidade seria o verdadeiro refúgio amorável, cuidadoso e benigno para com os seus. Era algo mais raro o abandono em outros tempos.
2. Quando uma mãe abandonar seu filho ele não estará só, pois encontrará em Deus seu cuidado, direção, amor e ensino. Hoje essa possibilidade tem se tornado tão comum que as pessoas diante do abandono se agarram a este versículo, porque tem seu consolo através desta revelação.
E essa revelação nunca foi tão pertinente em nossa geração. O conceito de maternidade mudou e o conceito de abandono também mudou. Todavia seus efeitos são os mesmos ao longo dos séculos. A humanidade se reinventa a cada dia, mas não reinventa suas dores e suas angústias, elas são as mesmas. Conectamos-nos com o mundo e nos sentimos sós ao lado de nossas mães, a presença física de alguém muitas vezes não implica em companhia. E paradoxalmente a isso, com as redes sociais, uma pessoa distante consegue ser “mais presente”. Ora clamamos por presença, ora clamamos por coração e colo. As pessoas não querem mais admitir a falta que um colo de mãe faz.
Por outro lado, muitas mães ainda não descobriram a importância de seu colo. E por isso acabam construindo com seus filhos um relacionamento “fake”. E esse tipo de relacionamento se expande para outras esferas como casamento, amizade, namoro, etc. Em algumas situações vemos a realidade do abandono ser literal e sofrida, um fardo para quem carrega, uma dor para quem sente. Essas pessoas, em Cristo é que podem ser curadas, ajudadas por aqueles que creem na verdade de Deus e simplesmente vivem essas revelações.
Ainda analisando o lado oculto da moeda, podemos ver que quem abandona um dia pode se arrepender. Muitas vezes o abandono pode ser imposto para ambas as partes e os anos encobrirem a verdade... A verdade sempre é libertadora.
Então se amanhã, você tiver alguém para chamar de mãe, ainda que não seja sua mãe, aproveite sua presença ou encurte sua distância. Reparar erros do passado só depende dos envolvidos, não deixe que o ressentimento apodreça seus ossos, veja Salmos 38:3-5: "Não há coisa sã na minha carne, por causa da tua cólera; nem há saúde nos meus ossos, por causa do meu pecado.Pois já as minhas iniqüidades submergem a minha cabeça; como carga pesada excedem as minhas forças. As minhas chagas se tornam fétidas e purulentas, por causa da minha loucura." Pense no ressentimento como um mal, e até mesmo como um pecado, além disso o ódio, o resentimento prejudicam o "portador", por assim dizer. Não compre simplesmente o melhor presente, seja o melhor presente de alguém. Reconstrua seu colo materno, seja mais mãe, mas também seja mais filha. Para não fugir do protocolo: FELIZ DIA DAS MÃES!!

Por Juliana Sanches